quarta-feira, dezembro 6

D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal (ainda sem rosto)

Mandado construir no século XVI na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, o túmulo de D. Afonso Henriques simboliza a apropriação posterior e controversa do mito fundador. 

Nunca se comemora o seu nascimento, pois dele sabe-se pouco quando terá sido. Terá ocorrido em Guimarães ou em Viseu, nos últimos dias de Julho ou nos primeiros de Agosto de 1106, 1109 ou 1111. Mas é conhecido o dia da morte de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Também não há nem retratos de D. Afonso Henriques, nem estátuas suas feitas na época. 

Um dos objetivos da equipa da antropóloga Eugénia Cunha, da Universidade de Coimbra, era fazer a reconstituição tridimensional da face. Para isso, o crânio de D. Afonso Henriques teria de estar preservado. Em 2007, o Ministério da Cultura não autorizou a abertura do túmulo para fins de investigação científica.

Não há nenhum testemunho visual da figura do rei. Baseadas só nas fontes escritas, há projecções da imagem do rosto e da figura do rei. Não há, assim, garantias de que a estátua deitada (jacente) no túmulo com a figura de D. Afonso seja fidedigna ao seu rosto. Para esta historiadora, a estátua jacente terá sido concluída em 1535, já depois de o túmulo mandado construir por D. Manuel estar terminado, porque tem uma linguagem plástica diferente do resto do sepulcro. Ou a imagem jacente foi construída a partir apenas de factos descritos em crónicas ou baseou-se, por hipótese, numa máscara fúnebre do rei, que poderia ter ficado dentro do túmulo original. Se assim foi, os cientistas estarão agora a tentar construir uma máscara fúnebre, só que com meios tecnológicos sofisticados.
 
Sabemos que foi casado com Mafalda ou Matilde de Sabóia que, apesar de ter morrido com apenas 32 anos, teve sete filhos e quando faleceu, aos 73-79 anos, D. Afonso Henriques aumentara em muito o território que herdara de seus pais e tornara o Condado Portucalense num país independente, reconhecido pelo Papa, chamado Portugal.

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