Assinala-se, hoje, o 41.º aniversário da morte de Francisco Sá Carneiro e de Adelino Amaro da Costa, dois políticos fundadores do regime democrático em Portugal. As dúvidas sobre a tese do acidente legitimam pensarmos que pode ter sido um atentado. Mas não, talvez, sobre Sá Carneiro. É certo que transmitia uma ideia de obsessão, de autoritarismo e de utilizar uma peculiar relação de empatia que tinha com as bases do PSD para impor a sua linha política, mas não era um revolucionário. "Apenas", um reformista, sempre à procura de uma ampla força política. Chamado de fascista por toda a esquerda, não teve, na altura, as redes sociais para se defender de todo o dito tolo e impensado. Mas têm-na, agora, para sublinhar toda a estultice que ainda se diz, agora, também à direita. Entrevistado em 1974, disse claramente que o PPD se identificava com o SPD alemão (centro-esquerda) e que um partido conservador não tinha muitas hipóteses, em Portugal. Ainda não fizemos o seu luto.
Sem comentários:
Enviar um comentário