segunda-feira, abril 5

O Batalha vai...

 

O Batalha Centro de Cinema está a nascer sem desvirtuar a matriz art déco que o distingue, mas incorporando contemporaneidade e novos usos culturais. Eis o que já se sabe:

No piso 0: um bar, resultante da recuperação do antigo salão de chá (onde nos anos 70 foi construída a Sala Bebé), equipado para exibições e performances. Neste piso, à superfície da rua, vai ser também instalada uma loja de artigos de cinema, elemento novo no projeto que nasce junto à entrada da Praça da Batalha 

 No piso 1: a Sala Grande, com 341 lugares, vai ficar preparada para exibição de formatos digitais e analógicos vai ter a companhia de uma galeria dedicada às artes visuais, com uma área aproximada de 65 metros quadrados. 

No piso 2: uma biblioteca especializada em cinema, com zona de leitura e uma mediateca que pretende absorver o património fílmico da cidade do Porto, com um arquivo digital que vai ser trabalhado ao longo dos anos e uma surpresa designada de "Whitebox". 

 No piso 4: a nova Sala Estúdio recebe 126 lugares e fica igualmente apta, tal como a Sala Grande, a projetar formatos digitais e analógicos, em caixa autónoma. 

No Piso 5: Depois de outros tantos lanços de escada, há de chegar-se ao último andar do Batalha, aquele que tem um terraço com vistas para a praça, para o Teatro Nacional São João e para a Igreja de Santo Ildefonso. 

Os trabalhos em curso concentram-se na conservação e restauro do baixo-relevo da fachada, que foi alvo de censura, da autoria do artista Américo Soares Braga. A obra mostra uma figura feminina, que representa a ceifeira. À direita da mulher está um operário com uma corrente ao ombro, mas de mãos vazias, porque o martelo que devia segurar foi mandado retirar pela PIDE, por considerar o objeto um símbolo revolucionário. O martelo será reposto, tal como era a intenção original do artista. 

Os registos antigos indicam que o Cinema Batalha já teve no seu interior obras de pintura ou frescos de autores como Júlio Pomar, Augusto Gomes, António Sampaio e Altino, com o avanço dos trabalhos vai-se indagar pela existência e reabilitação destes elementos. Caso existam, será igualmente avaliado se são passíveis de recuperar. 

 O equipamento está arrendado ao Município do Porto por um período de 25 anos e vai ser devolvido à cidade, mais de uma década após o seu encerramento, e retomando a sua função cultural centrada no cinema.

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