Anotada e “corrigida” com vénia, nunca com comiseração, pelo nosso último grande historiador, José Mattoso. Também ele se espantou com a produção e qualidade do jovem
ALEXANDRE HERCULANO (28 de Março de 1810 — 18 de Setembro de 1877), então com 36 anos. O prefácio é, por isso, monumental e o "papel cebola", em que se embrulhei a obra, justificado e sem direito a perguntas. Transmite-nos Mattoso a ideia de um homem com princípios invioláveis e com um acentuado rigor na medida máxima em que a época lhe permitiu. Conta-se que, no meio daquele atilado aspecto, estava um coração bom para os amigos e paciência infinita para confidente. Aturava o "janota" Garrett nas suas aventuras às duquesas mais frondosas e isso significava "guarda", mas também ajuda de "maletero", pois as "escapadinhas" do liberal amigo não eram preparadas sem um belo par de malas. Mas cite-se o prefaciador. Que mais há a dizer em abono do aniversariante?
«Há poucos autores com tão grande sentido da ‘época’ como Herculano. No conjunto, pode dizer-se hoje, quase século e meio depois de ter procedido a este imenso trabalho, que conheceu e aproveitou a grande maioria das fontes disponíveis e que a sua interpretação foi geralmente correcta.»
Alexandre Herculano, História de Portugal, prefácio e notas críticas de José Mattoso. Verificação do texto por Ayala Monteiro. Livraria Bertrand. Lisboa. 1980
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