"Todo o trabalho insano é este: reduzir a vida a uma insignificância, edificar um muro feito de pequenas coisas diante da vida. Tapá-la, escondê-la, esquecê-la (…) Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste…"
Foi muito apreciado no seu tempo, pouco lido depois e, agora, começa a ser recuperado e estudado como um "moderno". Quase, pois ninguém o consegue, passou Camilo na dureza do chicote. Os seus diários (três volumes) poupam poucos... Nasceu no Porto, Foz do Douro, a 12 de Março de 1867 (faleceu em Lisboa, na Lapa, a 5 de Dezembro de 1930) numa família de pescadores, frequentou o Curso de Letras, mas acabou por enveredar por uma carreira militar. Escreveu ficção, teatro, livros de viagens, memórias, dialogou com os movimentos literários do seu tempo, conviveu com o grupo de António Nobre, Teixeira de Pascoaes, Aquilino Ribeiro, Vitorino Nemésio, José Rodrigues Miguéis, mas nunca comunicou com Pessoa, apesar de ambos fingirem não se lerem. Morreu aos 63 anos de um aneurisma da aorta. É dele um dos livros mais ferozes de toda a literatura portuguesa:
Húmus, uma obra inclassificável que rescreveu por duas vezes (um caso raro, talvez, em que a 1ª edição não seja a mais valiosa), totalmente experimental. Não é um romance. É um combate metafísico com o absurdo da existência.
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