O romântico sombrio a quem a modernidade muito deve

A 19 de Janeiro de 1808, nascia em Boston, Edgar Allan Poe e modernidade literária rapidamente se apressou a bebê-lo sofregamente. Baudelaire pode ser considerado, na poética, um seu discípulo, mas também Fernando Pessoa, que o traduziu. Doyle, o criador de Sherlock Holmes, deixou dito que as histórias de detetive de Poe foram uma raiz da qual toda uma sua literatura se desenvolveu. E na ficção científica também nasceram devedores, a começar por Jules Vernes, que até escreveu a continuação de A Narrativa de Arthur Gordon Pym (obra de Poe, de 1838). O génio literário de Edgar Allan Poe instigou mais do que se imagina. O nome mais aclamado do romantismo sombrio, o que reflecte a escuridão da alma e o fascínio popular por elementos irracionais, sobrenaturais e grotescos é actual e viciante, apesar de o mercado atual continuar a escondê-lo.