
A criatividade desta gente foi absolutamente devastadora. Movement (1981) foi a obra-prima de transição de outra três: Unknown Pleasures (1979), Closer (1980) e Still (1981), esta apresentada já depois da morte de Ian Curtis. O som mais expansivo e a secção rítmica elevada à primera divisão dos New Order não quis, mas precipitou o divórcio com os fãs dos Joy Division. Hoje, sabemos que foi uma reação injusta, mas o que esperar quando, ainda de luto vestido, se ouve "Dreams Never End" (“No looking back now, we’re pushing throught”)?
Voltamos, agora, ao primeiro álbum dos New Order, para ouvir inéditos (entre eles uma versão de "Houses in motion", dos Talking Heads, que originalmente era para ter sido vocalizada por Grace Jones), raridades, versões alternativas, gravações de ensaios, maquetes e ver em DVD actuações ao vivo registadas em Nova Iorque. Claro que vamos ouvir/ver Movement: The Definitive Edition. Mas a desconfiança permanece, embora agora seja outra. Está bem referida na introdução de Retromania: Pop Culture’s Addiction To Its Own Past, de Simon Reynolds, que teima em não ter tradução para português, e aqui assenta como uma luva:
Voltamos, agora, ao primeiro álbum dos New Order, para ouvir inéditos (entre eles uma versão de "Houses in motion", dos Talking Heads, que originalmente era para ter sido vocalizada por Grace Jones), raridades, versões alternativas, gravações de ensaios, maquetes e ver em DVD actuações ao vivo registadas em Nova Iorque. Claro que vamos ouvir/ver Movement: The Definitive Edition. Mas a desconfiança permanece, embora agora seja outra. Está bem referida na introdução de Retromania: Pop Culture’s Addiction To Its Own Past, de Simon Reynolds, que teima em não ter tradução para português, e aqui assenta como uma luva:
“Vivemos numa idade pop enlouquecida pelo retro e obcecada por comemorações. Reunificações de bandas e tournées de regresso, álbuns de homenagem e 'box-sets', festivais de aniversário e interpretações ao vivo de álbuns clássicos. Será que o maior perigo para o futuro da nossa cultura musical é... o seu passado? Talvez isto soe desnecessariamente apocalíptico. Mas o cenário que estou a imaginar não é o de um cataclismo mas o de uma gradual perda de gás. A pop chegará ao fim não com um BANG mas com um 'box-set' cujo quarto disco nunca chegaremos a escutar e com um bilhete caríssimo para o concerto em que os Pixies ou os Pavement executarão aquele álbum que ouvimos até ao vómito no primeiro ano da faculdade”.
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