Segundo outros, o encantamento do facebook está na promessa de nos tornarmos relevantes aos olhos do canto “like”. Esse canto muda, assim, o género da coisa "social" e transforma-o numa sereia. De certa maneira é assim e está certo: os navegadores são guiados por esse canto, também ele uma navegação (à vista), iludidos que nesse movimento vão para a expressão do máximo desejo de todos e do reconhecimento prometido. A promessa enigmática desta sereia expõe os navegadores, a mais das vezes, a um lugar de secura e aridez onde o ruído, como o silêncio, queima que se farta. Segundo ainda outros, há aqui, neste convite da sereia, desde logo, um mau princípio. Precisados de “delírio manso, um sonho acordado que, às vezes, se assemelha ao dos videntes”, como nos avisa Eduardo Lourenço, é para a pura inconsciência que somos empurrados. Mas talvez esqueçamos o que se aprende com rapidez por lá, e que onde há sereias, há Ulisses, tipos que as vencem pelo bom senso.
ADMIRÁVEL FB
Por muito que isso pese aos intelectuais bem-pensantes, aos retrógrados, aos medrosos, e aos embusteiros, aprende-se muito mais, sobre a grandeza e a miséria das relações humanas, numa semana de frequência do facebook, do que num curso de cinco anos de psicologia aplicada.
Mário Cláudio, o do FB.
Sem comentários:
Enviar um comentário