Numa carta escrita a Mário Cesariny, em 1949, Mário-Henrique já delineava o seu plano de acção:
“Reduzo-me a tentar, aqui, destruir tudo quanto posso, desde o conceito de família destes gajinhos, até às noções idiotas de arte e literatura que eles possuem. Estou, possivelmente, a caminho de uma posição anarquista declarada”
(O Surrealismo em Portugal, Maria de Fátima Marinho, INCM, 1987).
O mundo nunca deixou de ser um lugar absurdo. Celebremos!
“Quando foi o aumento do pão e do leite, deitámos fora a avó Constância. O consumo baixou um pouco e lá nos aguentamos por uns tempos. Depois foi a carne e o peixe numa subida vertiginosa. Bem, resolvemos o assunto envenenando o tio Alberto, lá isso é verdade. Mas agora, como vai ser isto — e a Ermelinda bufava, irritadíssima.”
( in Obras Completas de Mário-Henrique Leiria, organização e notas de Tania Martuscelli, E-Primatur, 2017, p.513)
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