O programa oficial das comemorações do centenário do grande ensaísta português inclui, além de um congresso organizado pelo Centro de Estudos Ibéricos na Biblioteca Municipal da Guarda e da inauguração de uma escultura de Pedro Figueiredo no Jardim José de Lemos, na mesma cidade, a edição de uma nova fotobiografia dedicada ao autor e o lançamento do livro Eduardo Lourenço – Uma Geopolítica do Pensamento, de Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi, responsáveis pela cátedra Eduardo Lourenço em Bolonha, e que tinham já organizado, em 2014, um volume publicado pela Gradiva que reuniu os textos dedicados por Lourenço à questão colonial: Do Colonialismo como Nosso Impensado.
O livro reúne uma série de intervenções em seminários e outros textos publicados, tentando construir a partir deles uma linha crítica coerente, organizada a partir de conceitos, quer de ordem contextual – por exemplo, a Europa, ou o Atlântico Sul, quer inerentes ao próprio pensamento de Eduardo Lourenço, como a comunidade ou o trágico. Uns e outros partilhando um elemento comum que é o tema do impensado. É a partir dessa ideia do impensado que se desenvolve uma reflexão sobre duas linhas temáticas do pensamento de Eduardo Lourenço: o salazarismo e o colonialismo, que o E.L. definiu como os dois grandes impensados de Portugal.
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