Em 1965, sugeriu o seu nome para substituir Eric Clapton nos Yardbirds, uma das mais importantes bandas do boom britânico do blues. Saiu dos Yardbirds para formar o Jeff Beck Group em 1967. Com Ronnie Wood, futuro Rolling Stones, na posição de baixista, e Rod Stewart como vocalista, conduziu-os a uma versão bombástica do blues-rock que logo implodiu em discussões e pancadaria no meio de uma digressão americana. Reformulou o Jeff Beck Group com novos músicos, encaminhando-o para territórios próximos de outras das suas paixões, o jazz e a soul da Motown, como ficou evidente em Rough & Ready (1971) e Jeff Beck Group (1972). Depois investiu em território jazz rock nos álbuns Blow by Blow (1974), produzido por George Martin, e Wired (neste disco encontramos uma homenagem aos Led Zeppelin Led boots e o curioso Goodbye pork pie hat, o tema que Charlie Mingus dedicara em 1959 ao recentemente falecido Lester Young). Nos anos 1980 flirtou com a pop e tornou-se figura nos tops com uma versão de People get ready, dos Impressions, que marcou o seu reencontro com Rod Stewart. Em 1993 lançou Crazy Legs, um álbum de versões de Gene Vincent e seis anos depois, em Who Else!, surpreendia ao pôr a sua guitarra em diálogo com música electrónica. No clássico Beck-Ola de 1969 inscreveu uma nota curiosa: “É quase impossível inventar qualquer coisa totalmente original – por isso não o fizemos.” Passou a vida à procura dela.
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A sequência filmada por Antonioni no seminal Blow Up, registada no breve período em que os Yardbirds tinham como guitarristas solo Beck e Jimmy Page, cena de rock’n’roll furioso encerrada com Beck a esmagar a sua guitarra, serve como ilustração eloquente do que ele queria e deixou.
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