"Muita gente adora cinema, mas é raro conhecer alguém que gosta de cinema – de fitas, como ele dizia – com a certeza calma e a generosidade profunda com que Lauro António gostava de cinema. Distingo este amor pelo cinema do amor por cineastas ou por filmes, por cinematografias ou teorias de cinema. Lauro António gostava tanto de cinema que era para ele um alívio encontrar um filme que odiasse. Ele era um filósofo e não um historiador. Existia inteligentemente para o prazer e para o conhecimento. Lauro António era feliz, não tinha vergonha, era livre. Não obrigava ninguém. Não criava culpas. Não recrutava, não doutrinava, não queria convencer ninguém. Lauro António amava o cinema como uma coisa viva que nos entra pela pele e pelos sonhos: com gratidão."
Miguel Esteves Cardoso, Público
Sem comentários:
Enviar um comentário