"O modelo de convivência à esquerda esgotou-se porque a esquerda da esquerda constatou que não pode continuar a ser um apêndice do Governo. Quer governar por interposto partido. Mais do que negociar, dois partidos que mirraram nas autárquicas e caem nas sondagens querem governar. Apesar de terem em mãos o Orçamento mais à esquerda de sempre, acreditaram ter chegado o momento de disputar o controlo do programa político da governação. [Com eleições] Ficar-se-á a saber se os cidadãos querem o reforço eleitoral do Bloco e do PCP, ou se preferem manter os padrões moderados da política europeia, sejam mais à esquerda ou à direita. Dirão se apostam num projeto político realista e sustentável, ou se acreditam nos milagres de uma economia amarrada pelo Estado, com serviços públicos pagos por impostos ou financiados pela dívida."
Manuel Carvalho, Público
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