Wenceslau de Moraes (1854 – 1929) em 1885, viaja pela primeira vez até Macau, onde se estabelece, casando com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher chinesa de quem teve dois filhos e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha. Em 1889 viaja até ao Japão, país que o encanta e onde regressa várias vezes nos anos que se seguem no exercício das suas funções. No Japão, a sua vida é marcada pela atividade literária e pelo relacionamento com duas japonesas: Ó-Yoné Fukumoto e Ko-Haru. Durante os trinta anos que se seguiram, Wenceslau de Moraes tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o Oriente, partilhando com os leitores portugueses experiências íntimas do quotidiano japonês. Em 1913, amargurado com a morte por doença de Ó-Yoné, Wenceslau de Moraes renunciou ao seu cargo consular, mudando-se para Tokushima, terra natal daquela. Aí viveu com Ko-Haru, sobrinha de Ó-Yoné, que viria também a falecer por doença. Em Tokushima, o seu quotidiano tornou-se idêntico ao dos japoneses. Cada vez mais solitário, e com a saúde minada, Wenceslau de Moraes viria a falecer em Tokushima, a 1 de julho de 1929, aos 75 anos de idade.
Wenceslau de Moraes foi autor de vários livros sobre assuntos ligados ao Oriente, em especial ao Japão:
1895 – Traços do E
1897 – Dai Nippon
1904 – Cartas do Japão
1905 – O Culto do Chá
1906 – Paisagens da China e do Japão
1907 – A Vida Japonesa
1916 – O Bon Odori em Tokushima
1917 – Ko-Haru
1919 – O Tiro do Meio Dia
1923 – O-Yone e Ko-Haru
1924 – Relance da História do Japão
1926 – Serões no Japão
1928 – Relance da Alma Japoneza
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