sexta-feira, janeiro 13

Porquê ler “Ulisses”, de James Joyce?


Bêbado (embora com estranhos e longos períodos de abstinência), orgulhoso, mas pouco falador com estranhos, James Joyce faleceu há 82 anos, em Zurique, na Suíça. Extremamente supersticioso, primogênito dentre dez filhos, foi educado nas melhores escolas jesuítas da Irlanda, país onde nasceu, e depois no University College de Dublin. Depois de se formar, mudou-se para Paris, por pensar que lá poderia estudar medicina, no entanto acabou por devotar-se à escrita de poemas e rascunhos e à elaboração de um “sistema estético”. Chamado de volta a Dublin em abril de 1903, devido a uma doença fatal de sua mãe, ele rumou gradualmente para a carreira literária. No verão de 1904, conheceu uma jovem de Galway, Nora Barnacle, e convenceu-a a ir com ele para o continente, onde planejava lecionar inglês.
O primeiro livro de Joyce, os poemas de Música de Câmara, foi publicado em Londres, em 1907; e Dublinenses — volume de contos que veio a se tornar um dos mais conhecidos da língua inglesa — em 1914. Com a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial, Joyce viu-se obrigado a se mudar para Zurique, onde permaneceu até 1919. Nesse período, publicou “Um retrato do artista quando jovem” (1916) e “Exilados” (1918), uma peça. Até ai não tinha particular interesse pela posteridade. Mas iniciou a escrita do monumental Ulysses em 1914, e decidiu mudar-se para Paris a fim de ter mais facilidade na publicação do título. O livro foi, enfim, lançado no país em 2 de fevereiro de 1922, data que marca também o seu aniversário. É um livro extremamente difícil que só um génio poderia provocar. Trata do périplo de Leopold Bloom, que com tantos páginas apenas durou 16 horas do dia 16 de Junho de 1904. Na Irlanda, esse dia é o Bloomsday. Diz-se que lia avidamente as críticas ao livro e escrevia a quem o tinha terminado. Até o embrulhava para vender. No mesmo ano, começou a trabalhar em Finnegans Wake e nunca percebeu a recepção cria que tão pouco esperava depois da sua obra épica. Muito perturbado com problemas num olho e profundamente abalado pela doença mental de sua filha, depois do começo da Segunda Guerra Mundial, Joyce foi morar na França ainda não ocupada e conseguiu uma permissão, em dezembro de 1940, para retornar a Zurique, onde faleceu discretamente aos 59 anos com uma úlcera.

Dizem que vale a pena ler a sua correspondência com a mulher Dora Banacles, que não se dignou ler a obra-prima do marido e o definia como "um fanático."

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