domingo, abril 23

William Turner or not?



William Turner nasceu a 23 de Abril de 1775 em Covent Garden, no meio popular de Londres. O pai era barbeiro e fazia perucas. A mãe foi internada num asilo para loucos. Cresceu atarracado e baixo, com um grande nariz, mas o talento apareceu-lhe com as borbulhas. Expôs aos 15 e aos 24 era membro da Royal Academy. Nunca casou, não era homem de muitos amigos, desafiava estes e os inimigos para frequentes duelos, teve duas filhas de uma actriz, Sarah Danby, e viveu até morrer com uma amante viúva, Sophia Booth, deixando que os vizinhos o conhecessem como Almirante Booth. Trabalhava muito frequentemente por dinheiro e ganhou muito. Deixou-o todo para bolsas de artistas. Para as amantes e filhas, sobraram uns tostões. Sobre a sua arte, perante outros mestres, sobram muitas dúvidas.


Visto frequentemente como um precursor do impressionismo e da arte moderna, Turner é mais associado ao futuro do que ao passado e detestava que lhe fizessem o retrato. Toda a vida fugiu disso, e o resultado é que, para além de caricaturas feitas pelos amigos, muito poucas imagens dele chegaram até hoje. Alias, a única imagem que se conhece está na posse da Tate Gallery e é um auto-retrato, de um jovem bonito e de olhar penetrante, e que foi feito quando tinha 24 anos. Mas recentemente, estudiosos de Turner concluíram que um desenho de Cornelius Varley de um homem ainda jovem, com perto de 40 anos, e de traços elegantes - muito diferente das caricaturas que o mostravam como uma figura grotesca, de nariz adunco - representa, de facto, o pintor, imagem, porém, muito diferente da máscara de morte que a National Portrait Gallery possui do artista. Porém, especialista em estudos forenses que permitem a identificação a partir de fotografias e esqueletos, cruzaram as duas imagens - o desenho de Cornelius e a máscara - e concluíram, por características como a distância entre o lábio superior e o nariz, que se trata da mesma pessoa. Fica outra dúvida.

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