segunda-feira, junho 24

“Olá, eu sou Manoel de Oliveira, realizador de filmes cinematográficos”



O realizador enfrenta a câmara e apresenta-se: “Olá, eu sou Manoel de Oliveira, realizador de filmes cinematográficos”. Ele está a dirigir-se aos visitantes do futuro dos seus filmes e a partir de hoje (inauguração às 20h00) aos visitantes da sua nova casa, que vão poder ver Visita ou Memórias e Confissões em excertos espalhados pelos ecrãs da exposição temporária, mas também na sala de cinema, em alternância com Non ou a Vã Glória de Mandar. 

Os visitantes da Casa de Cinema de Manoel de Oliveira vão poderem habitar o cinema do realizador, não apenas na (re)visão dos seus filmes, mas também no desafio das leituras e reflexões expressas no modo como as imagens em movimento são relacionadas. No percurso pelos vários espaços expositivos, os visitantes vão começar por ver os projectos de José Porto para a Casa da Vilarinha e pequenos objectos como o cartão-de-visita que anuncia o projecto de Non ou a Vã Glória de Mandar, mas também histórias mais pessoais, como o processo da prisão de Oliveira pela PIDE em 1963. E haverá sempre vários ecrãs a lembrar-nos que estamos numa casa de “imagens em movimento”, como acontece também no sótão da antiga garagem do Conde de Vizela, na Quinta de Serralves, que acolhe agora a exposição permanente com um percurso cronológico pelo cinema do autor.

No edifício novo, há uma sala dedicada à pintura, com um auto-retrato da mulher do realizador, Maria Isabel Carvalhais, uma tela do seu filho Manuel Casimiro, mas também obras de artistas como Carlos Carneiro e Júlio, que decoravam o quotidiano das suas habitações. Noutra sala, é mostrada uma selecção dos prémios que foi arrecadando em festivais por todo o mundo, ao lado de vitrinas com os arquivos propriamente ditos: guiões, fotografias de repérage e de rodagem, blocos de apontamentos, recortes de jornais, revistas, livros, catálogos, etc… Sai-se, no final, de um branco, por uma varanda com vista sobre o jardim de Serralves, verde.

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