quinta-feira, junho 3

Alain Resnais (e a obra)

O criador, não há muito, costumava distanciar-se da obra. A partir do momento em que a concluía, ela deixava de ser sua e era posta em contacto com o amante de arte, de literatura ou de cinema.

Excerto de uma entrevista que o aniversariante do dia deu, em 1961, a François Chalais. Falada em francês e legendada e inglês, em 5’42”. Logo no início, ele responde, a propósito do filme O Último Ano em Marienbad (1961): que não tem de dar explicações sobre o filme já que cada espectador terá de encontrar a sua própria solução, que será diferente da de qualquer outro espectador e da sua própria. A fazer-nos lembrar Ralph Waldo Emerson, curiosamente aniversariante do dia de hoje, que disse, a propósito dos livros, mas também com validade para os filmes: “É o bom leitor que faz o bom livro; em cada livro, ele encontra trechos que parecem confidências ou apartes ocultos para qualquer outro e evidentemente destinados ao seu ouvido; o proveito dos livros depende da sensibilidade do leitor; a ideia ou paixão mais profunda dorme como numa mina enquanto não é descoberta por uma mente e um coração afins.“

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