quarta-feira, junho 12
Um rosto ao Holocausto
Nasceu neste dia, em 1929, morreu com apenas 15 anos de idade no campo de concentração nazista de Bergen-Belsen. Valor literário à parte, o maior mérito de Anne Frank foi ter dado, postumamente, um rosto ao Holocausto graças ao seu pai, Otto Frank, que decidiu publicar os registos íntimos escritos durante os dois anos em que a família esteve escondida dos nazis, em Amsterdão. Sem este gesto ela teria seria apenas mais uma entre os 6 milhões de judeus exterminados por um regime nazista interessado em apagar milhões de existências. Mas ler seu diário é também dar conta que quem sofreu tantas frustrações, humilhações e outros atos de violência poderia ser qualquer um de nós. Apesar de tudo o que já foi dito, escrito e mostrado sobre este monstruoso período de 1933 a 1945 na Europa, este diário é a melhor forma de penetrar nas esperanças e desejos mais reais das pessoas. Uma escada unia as duas partes da casa e a passagem era camuflada por uma estante móvel. Ao todo, 8 pessoas passaram 25 meses nesse esconderijo, totalmente isoladas do mundo exterior com a conivência de quatro funcionários, que traziam comida e livros e os mantinham informados sobre os acontecimentos políticos.
"Kitty", o confidente diário de Anne Frank, foi iniciado em 1942 e revela detalhes quotidianos, aparentemente insignificantes, como a restrição de ir ao banheiro somente à noite, quando a firma do pai estava fechada, mas também momentos de terror, noites em que a capital holandesa foi bombardeada, ou a simples presença de estranhos na loja que forçava os fugitivos à imobilidade quase total.
Dois anos depois, em 1944, alguém – até hoje não se sabe exatamente quem – denunciou os "clandestinos". Poucos dias depois, a SS levava os oito membros da família para um campo de trabalho forçado na Holanda, mais tarde para Auschwitz, e, finalmente, para Bergen-Belsen. Em março de 1945, poucas semanas antes da libertação desse campo, Anne morreria de tifo.
Dos oito “clandestinos” da Prinsengracht 263, apenas Otto Frank sobreviveu ao Holocausto. Lembra-se hoje este monumento palpável contra todas as formas de intolerância. Nos dias que correm, infelizmente, uma urgência.
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