Um certo dia, Espanha conseguiu ter como secretário de Estado da Cultura um dos seus poetas mais representativos, Luis Alberto de Cuenca (Madrid, 29 de dezembro de 1950). Inteligente, irónico e lúcido.
A vida é demasiado breve.
Não há tempo para nada.
Não há maneira de reunir os suficientes dias para entender o que seja.
Levantas-te, dás um abraço à tua namorada,
tomas o pequeno-almoço, trabalhas, comes, dormes, vais ao cinema,
e não tens nem um único momento para ler o Séneca
e convencer-te de que tudo no mundo tem remédio.
A vida é um instante.
Não percebo porque é que esta noite não acaba nunca.
Luis Alberto de Cuenca, "INSÓNIA", in A Vida em Chamas. Uma antologia, tradução de Miguel Filipe Mochila, Língua Morta, 2018, p. 94-95.
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