David Attenborough viu o mundo natural muito melhor do que qualquer outra pessoa, numa carreira que começou na era do Holoceno, o período geológico de 12 mil anos de estabilidade climática, quando a vida selvagem ainda era profusa. “Estamos numa nova era geológica: o Antropoceno, a era dos humanos. Precisamos de uma nova perspetiva — o que significa tentar não retirar do mar e do solo mais do que a Terra pode recuperar”, foi o que Attenborough notou no seu discurso em Davos. Um conselho amigo, dito com uma voz calma e gentilmente culta. Nas Richard Attenborough diz que não é demasiado tarde para mudar as coisas, ou no mínimo para as melhorar. A ciência existe, a tecnologia está aí, a vontade política devia estar, mas a dificuldade é fazer com que as pessoas se importem. Há esperança. Ele explica: aIslândia, o Paraguai e a Albânia já produzem toda a sua eletricidade sem usar combustíveis fósseis. Marrocos tem o maior parque solar do mundo, fornecendo 40% das suas necessidades. A Costa Rica já repôs metade da floresta tropical que tinha cortado nos anos 70. Os gorilas de montanha fizeram um grande regresso na África Oriental e os avistamentos de baleias azuis, caçadas até só restar 1% da sua população antes de esse tipo de caça ser banido em 1986, excederam todas as expectativas. Está tudo em a “A Life on Our Planet” (Netflix) com um Attenborough filmado em close-up, confessional, comovente, verdadeiro, derradeiro e intenso. Importa ver.
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