sexta-feira, junho 10

10 de Junho


«Dir-me-ão que eu sou absurdo, ao ponto de querer que haja um Dante em cada paróquia e de exigir que os Voltaires nasçam com a profusão dos tortulhos. Bom Deus, não! Eu não reclamo que o país escreva livros, ou que faça arte: contentar-me-ia que lesse os livros que já estão escritos e que se interessasse pelas artes que já estão criadas» *

Eça de Queirós, Notas Contemporâneas, Porto, Lello, pp. 1393-1413

* "Eça aproveitou a ocasião para denegrir as comemorações camonianas que tinham tido lugar em Lisboa a 10 de Junho de 1880 e a cuja organização Pinheiro Chagas estivera ligado. As festas tinham consistido num «cortejo cívico», em que várias carretas, representando a agricultura, o exército, as colónias e a imprensa, haviam percorrido as ruas da capital, ornamentadas estas por colchas penduradas das varandas. A ideia germinara em meios republicanos, mas, a meio caminho, o regime decidira adoptá-la20. Apesar de vários amigos seus, Ramalho Ortigão, Batalha Reis e Teófilo Braga, terem participado no acontecimento, Eça considerou-o ridículo. E resolveu afirmar não ser com colchas penduradas, mas com uma cultura viva, que uma nação se prestigiava." (Maria Filomena Mónica, daqui)

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