sábado, maio 13

"Pela primeira vez, um guarda-chuva foi longamente ovacionado, como um tenor italiano"

A desconcertante singularidade de Murilo Mendes é u
m tra-
ço que desde o início da sua actividade literária o
s seus coetâneos,
escritores e amigos, não se coibiram de assinalar com
veemência, a
ponto de Manuel Bandeira o descrever, numa passagem
já célebre,
como «o mais complexo, o mais estranho e seguramente o
mais fe-
cundo poeta» da geração a que pertenceu
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A desconcertante singularidade de Murilo Mendes é u
m tra-
ço que desde o início da sua actividade literária o
s seus coetâneos,
escritores e amigos, não se coibiram de assinalar com
veemência, a
ponto de Manuel Bandeira o descrever, numa passagem
já célebre,
como «o mais complexo, o mais estranho e seguramente o
mais fe-
cundo poeta» da geração a que pertenceu
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A desconcertante singularidade de Murilo Mendes é u
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ço que desde o início da sua actividade literária o
s seus coetâneos,
escritores e amigos, não se coibiram de assinalar com
veemência, a
ponto de Manuel Bandeira o descrever, numa passagem
já célebre,
como «o mais complexo, o mais estranho e seguramente o
mais fe-
cundo poeta» da geração a que pertenceu
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A desconcertante singularidade de Murilo Mendes é u
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ço que desde o início da sua actividade literária o
s seus coetâneos,
escritores e amigos, não se coibiram de assinalar com
veemência, a
ponto de Manuel Bandeira o descrever, numa passagem
já célebre,
como «o mais complexo, o mais estranho e seguramente o
mais fe-
cundo poeta» da geração a que pertenceu
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A desconcertante singularidade de Murilo Mendes é u
m tra-
ço que desde o início da sua actividade literária o
s seus coetâneos,
escritores e amigos, não se coibiram de assinalar com
veemência, a
ponto de Manuel Bandeira o descrever, numa passagem
já célebre,
como «o mais complexo, o mais estranho e seguramente o
mais fe-
cundo poeta» da geração a que pertenceu
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A desconcertante singularidade de Murilo Mendes é u
m tra-
ço que desde o início da sua actividade literária o
s seus coetâneos,
escritores e amigos, não se coibiram de assinalar com
veemência, a
ponto de Manuel Bandeira o descrever, numa passagem
já célebre,
como «o mais complexo, o mais estranho e seguramente o
mais fe-
cundo poeta» da geração a que pertenceu
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A desconcertante singularidade de Murilo Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) é um traço que fez Manuel Bandeira descrevê-lo comomais complexo, o mais estranho e seguramente o mais fecundo poeta» da geração a que pertenceu, a dos surrealistas lúcidos
"Aqui abro parêntese, para referir um episódio que consta da história e lenda de Murilo Mendes.

Não sei em que dia ou ano, nem importa a data. Era o mesmo Municipal e estava levando uma peça francesa (alguém diria, mais tarde, e textualmente, que era uma peça “chatérrima”). Lá foi o nosso Murilo para uma das primeiras filas. Olhou em torno e viu uma fauna impressionante de casacas e decotes. E cada decote ou casaca humilhava e agredia o seu traje de passeio, surrado e sebento. Muito bem: — e, no fim dos primeiros cinco minutos, o poeta achava o texto irrespirável. Não teve mais dúvidas. Abriu um guarda-chuva na platéia. Nafrisa, o embaixador francês, de monóculo, já não entendia mais nada. O elenco, no palco, esbugalhou-se. Por um momento, não se ouviu aquela pronúncia perfeita, irretocável dos artistas de França. Era uma experiência inédita aquele guarda-chuva solitário e sobrenatural. E não havia sequer uma goteira que o justificasse. Por outro lado, nenhum regulamento de teatro prevê a hipótese de um guarda-chuva. Que fazer diante de um fato novo, revolucionário e alucinatório? Houve uns dois ou três minutos de um suspense geral e pânico. E, súbito, aquelas casacas e aqueles decotes começaram a aplaudir. Primeiro, uma meia dúzia de palmas ainda envergonhadas e pioneiras. Depois, explodiu a unanimidade. Pela primeira vez, um guarda-chuva foi longamente ovacionado, como um tenor italiano. Naquele tempo, o intelectual era louco (hoje, o próprio Murilo é apenas um funcionário corretíssimo, que faz do livro de ponto a sua bíblia)."
Nelson Rodrigues, O guarda-chuva no Municipal

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