sexta-feira, janeiro 22

Terry Jones (1942-2020), estou com saudades


Teve um ideia terrivelmente inspiradora: abolir as punchlines, instituindo um formato em que os sketches não tinham fim óbvio, sucedendo-se em modo “fluxo de consciência” intercalados. Em Flying Circus as delirantes animações criadas por Terry Gilliam servem para isso mesmo. O carácter revolucionário dos Monty Python assenta tanto no nonsense como na erudição, no jogo constante entre o coloquial e a alta cultura. Na desmontagem das glórias e misérias do espírito humano inscritas nas ideias e textos, Terry Jones tinha a voz parva. Sofria de afasia primária progressiva, uma forma de demência, diagnosticada em 2015, e deixou-nos aos 77 anos. Há muito que deixara de acreditar no humor como gatilho para transformações sociais:

 “Não penso [que o humor] vá converter alguém, mas penso que nos faz sentir acompanhados e nos dá uma voz”. 
*
Terry entrevistando Jones


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