terça-feira, novembro 19

José Mário Branco (1942 - 2019)

Um bom cantor, um bom compositor, um tipo do Porto que não perde actualidade.
*
É só inquietação, inquietação 
Porquê, não sei 
Mas sei 
É que não sei ainda. 


Nasceu no Porto em 1942 e estudou História nas Universidades de Coimbra e do Porto, curso que nunca terminaria. Filho de professores, foi militante do Partido Comunista Português (PCP) e obrigado a exilar-se em França, para onde viajou em 1963. Em Paris, conheceu Luís Cília e Sérgio Godinho (também exilados) e é junto com eles que grava, em 1967, uma maqueta que vem a dar origem ao seu primeiro disco Seis Cantigas de Amigo, editado em 1969 pelos Arquivos Sonoros Portugueses. Mas Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades (1971), lançado em Portugal a par de uma grande entrevista que lhe fez Adelino Gomes é a sua grande marca. Mas também há Inquietação e  FMI, um grito geracional vindo das entranhas, que ele justificou, mais tarde, com a “necessidade de encontrar um sentido para a vida fora dos clichés ideológicos”. O 25 de Abril fá-lo regressar a Portugal, a 30 de Abril, no mesmo avião em que viajava Álvaro Cunhal. A sua vida está bem retratada no livro O Canto da Inquietação, de Octávio Fonseca Silva (MC, 2000) e no documentário Mudar de Vida, já editado em DVD (Alambique, 2014). Agora, podemos continuar a ouvi-lo.

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