
As figuras de rostos ovalados e de pescoços invulgarmente longos, com olhos amendoados e de certa forma vazios, pintadas com cores abertas e delicadas, sobretudo quando a sua vida se aproximava do fim, tornaram-se sinónimos de Modigliani, artista que não tinha dinheiro para nada, nem para morrer. Foram os amigos que fizeram do seu enterro um dos mais espectaculares que Paris viu naquela época. Largas centenas de pessoas acompanharam pelas ruas o carro fúnebre puxado por quatro cavalos negros, num cortejo que obrigou a polícia a interromper o trânsito. Foi sepultado no Cemitério Père Lachaise sob o olhar de amigos, artistas, poetas e críticos como Pablo Picasso, Max Jacob, André Salmon, Chaïm Soutine, Constantin Brancusi, André Derain e Fernand Léger, mas também das modelos e amantes que para ele posaram e de muitos dos empregados de mesa dos cafés de Montmartre e Montparnasse que tantas vezes o puseram na rua, completamente embriagado. Hoje, os seus quadros valem de 100 para cima. Milhões.
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